É notório realizarem-se várias eleições em Angola (1992, 2012, 2017 e 2022), porém, historicamente, todas elas, não foram livres, justas, transparentes e democráticas.
Por: Rodrigo da Cruz Suama Suama
O Conselho Nacional Eleitoral e o Tribunal Supremo (1992), e a Comissão Nacional Eleitoral (2012, 2017 e 2022), e o Tribunal Constitucional, sempre estiveram e estão conectados, efectivamente, na estratégia do MPLA para manutenção do poder, neste sentido, se as prováveis eleições aprazadas para 2027, acontecerem com a conexão supra mencionada, então em termos gerais, o resultado é previsível, por isso, é necessário haver novas abordagens estratégicas da oposição e nesta perspectiva, sugiro um desafio político e cívico para a Frente Patriótica Unida (FPU)/UNITA, nos seguintes termos:
- Realizar um inquérito nacional, em cada ano, até 2026, em parceria com a sociedade civil para ter um conhecimento científico sobre o sentimento das angolanas e dos angolanos, acerca de como funciona o governo do MPLA e principalmente a sua relação com os cidadãos;
- Formular e desenvolver estratégias de confrontação política, baseadas no sentimento e nas convicções das angolanas e dos angolanos, resultantes das estatísticas derivadas dos inquéritos que forem realizados em cada ano, até 2026. Portanto, é consabido que, não há tanta probabilidade de haver alternância do poder em Angola, somente através da vitória eleitoral da oposição nas urnas. Evidentemente, todo mundo sabe, incluindo o próprio MPLA, que o MPLA perdeu as eleições de 2022, entretanto, a realidade é que, o MPLA continua no poder e abusar do poder, violando de forma dolosa direitos fundamentais, enfim, desrespeitando várias vezes o princípio da legalidade e fazendo de Angola, um país de insegurança jurídica. Todos nós temos ciência que em Angola, não há eficiência e eficácia jurídica. Não há certeza sobre garantias de direitos, por isso, Angola é um lugar muito perigoso para viver.
É indispensável motivar o povo para a confrontação política e cívica para alternância do poder (considerando sempre, os pontos fortes, fracos, ameaças e oportunidades). Por exemplo, Luanda, tem mais ou menos dez milhões de habitantes e se dois milhões saírem a rua em 2027 para defesa da verdade eleitoral, a polícia política do MPLA, perde rede e haverá com certeza alternância, sem desprimor da reação da polícia política do MPLA e de outras milícias conhecidas ou secretas ao serviço do regime autocrático e cleptocrático do MPLA. Não há êxito sem sacrifício. A política além de ser ciência, é também uma arte de confrontação, por isso, quem tem medo de morrer fica em casa, abandona a política e faça uma outra coisa. Deve acabar a hora de fazer-se política para acomodação de homens e mulheres na Assembleia Nacional, mesmo sabendo que as eleições foram uma enorme fraude. Deve chegar a hora de negação do usufruto das benesses parlamentares.