Companheiros e compatriotas da nossa causa-mãe,
É com profunda mágoa, mas com a firmeza que o momento exige, dirijo-me a vós — não como mero observador, mas como patriota ferido. Ferido pelo silêncio cúmplice, pela ingenuidade trágica, pela irresponsabilidade gritante daqueles que cercam o Presidente da nossa UNITA, Adalberto Costa Júnior.
Em 2019, perante os militantes e perante a Pátria, o senhor Adalberto declarou, com a solenidade que o momento exigia, ter renunciado à sua nacionalidade portuguesa. Hoje, os factos — frios, impiedosos e incontornáveis — apontam para outra verdade: não houve renúncia. Pior: houve falsidade. Houve engano. Houve mentira. Não apenas aos militantes, mas também ao Tribunal Constitucional da República de Angola.
Como é possível que os SEUS mais próximos — os que partilham gabinetes e decisões, os que juram lealdade à causa da liberdade e da justiça — se mantenham calados? Que tipo de dirigentes são esses que não ousam questionar, que não investigam, que não têm a coragem de alertar os militantes?
Este silêncio, senhores, é mais ensurdecedor do que qualquer grito. É o som da conivência. É o som do colapso moral.
Hoje, a nossa UNITA não está apenas sob ameaça jurídica. Está sob ameaça ética, ideológica e existencial. E o que se avizinha — a anulação do congresso — não é apenas uma decisão legal. É um grito de alerta. É o preço de uma mentira que mancha tudo: desde a liderança até à alma do nosso partido.
Adalberto não enganou apenas a justiça. Enganou a história. E, ao fazê-lo, traiu a confiança de milhões de militantes.
Companheiros, não é tarde para resgatar a dignidade. Mas, para isso, é preciso coragem. Coragem para romper com a mentira. Coragem para dizer basta à cumplicidade. Coragem para reconstruir sobre a verdade.
A UNITA não é propriedade de um homem. É herança de todos os Angolanos.
Despertem. Antes que o silêncio de hoje se transforme na sepultura dos nossos ideais.
QUE O TODO-PODEROSO ALLAH ABENÇOE A NOSSA UNITA.
Por Gaspar Luamba.