Nesta Rubrica de jovens de Pulungunza, hoje falaremos, de um jovem com espírito solidário e criativo nas suas ações, cujo nome é Hélder Neto, com uma infância, cheia de turbulência, porém, continou firme, e actualmente dedica seu tempo; com o ativismo cívico.
POR: KAPITA INGA
SUA INFÂNCIA
Nasceu em Ndalatando, no bairro Valódia (Ajuda-marido), passou a infância na localidade da Quirima dos Imbondeiros, por causa dos conflitos armados. Com a libertação da Cidade de Ndalatando, a família teve de imigrar para o município de Cambambe, e de seguida rumo á Luanda.
Neto recorda que, posto na cidade de Luanda a vida não estava fácil, a família teve de regressar para Kwanza Norte, isto dois anos depois da ida à Luanda.
Já em Ndalatando, iniciou os estudos na escola Santa Maria Goretti, onde fez á segunda classe até sétima classe; a oitava classe foi feita no centro básico de formação docente (CBFD).
“A vida não era fácil, tendo os pais separados, a mãe tomou as rédeas de cuidar de nós (filhos) sou o primogénito filho, com a mãe solteira, tive de assumir a responsabilidade de pai muito cedo, se ocupando em acompanhar os irmãos mais novos, enquanto a mãe ia a procurava comida”, conta Hélder Neto .
“Quando fiz a terceira classe, não tinha calçados fechados, o ano todo só calça chinelos, quando rebentava, tinha de pôr fio muitas vezes ia para escola sem comer”, lembra com lágrimas nos olhos.
SUA ADOLESCÊNCIA
Nesta fase, a luta de sobrevivência, foi aguerrida, pois que a vida de adolescente não era um mar de rosas, tudo porque a vida estava apertando, a mãe vendia carvão, lenha, fuba, maruvu para comprar os materiais escolares.
Nesta fase na luta de emprego, teve a perspectiva de fazer a formação de professor, foi assim que ingressou na escola Magistério Primário Comandante Benedito, em Ndalatando.
Ainda na adolescência, tornou – se pai, precocemente, com a paternidade, a vida ficou mais dura, então tinha de fazer biscates para poder comer, cavando fossas, fazendo adobes e outros, mas nunca abandonou a escola.
Mais tarde encontra um emprego na empresa Tecnagri, onde trabalhou e acumulou muita experiência, diz que foi uma grande escola e sinto saudades, Neto acredita que foi um dos momentos altos.
“O meu maior suporte, foi sempre a minha querida mãe Maria João Francisco, ela que dava até o impossível para me ver formado”, referiu o jovem activista.
Avança que quando chega na Tecnagri, conheceu a sua segunda mãe, a Ana Seno, uma senhora espectacular, fora de série.
Com experiência vasta e sem cessar com sua formação, entra para docência, ingressa assim no Mnistério da Educação, trabalhando no Município do Golungo Alto, onde profissionalmente foi bem sucedido e reuniu confiança dos colegas e dos alunos, que em 2020, a os alunos criaram um grupo social denominado FAMÍLIA HN (Família Hélder Neto)
Por causa das minhas convicções cívicas comecei a ter problemas com a chefia.
“Ao longo da vida, a defesa e ser uma voz dos sem voz era muito alto, mesmo dentro da escola e do trabalho, sempre procurei defender a justiça”, revelou.
Como queria dar vida a isso, começou a exercer o ativismo muito sério, em 2017, criou AJONDA (ASSOCIAÇÃO DOS JOVENS PROVENIENTES DE NDALATANDO), infelizmente, não teve êxito, então começou a fazer o ativismo de maneira isolada, posteriormente, potenciou a Família HN e fez-se um trabalho bonito no Golungo Alto.
Com força de luta e a veia no mundo do ativismo fervia, entra para a comissão mista dos direitos humanos, a convite do meu amigo Antônio Domingos (Farewel).
Em 2022, formou a associação Corrente do Bem, com outros jovens, nesta ano, recebeu a distinção de melhor ativista do ano.
“O que consegui e com ele me orgulho, é olhar hoje para o Cuanza Norte, com maior espaço para o ativismo, antes era muito restrito”, descreveu.
Ainda assim conseguiu criar uma associação que trabalha com gente carenciada.
“O que falta; Falta muito para alcançar, mas duas coisas tenho como foco; 1° A democratização do Cuanza Norte; 2° Transformar a associação CORRENTE DO BEM em uma associação de utilidade pública“, questionou – se e ao mesmo deu – se a resposta.
