Quanto a minha forma de fazer política, na verdade, centra-se numa forma de fazer política voltada ao associativismo, porque entendo que, acima de tudo, a construção do nosso país, começa na valorização do capital humano, é a minha forma de ver as coisas. A nossa forma de estar na sociedade, a nossa maneira de proceder ou como atuamos, sobretudo nas ações que visam a garantir melhorias significativas no nosso país, são elementos bastante importantes para nós termos aquilo que se espera. Em palavras miúdas, nos temos que preparar as pessoas para entenderem os objetivos do país.
Normalmente, acredito que quem muda o nosso país somos nós, e a mudança começa a partir das nossas atitudes, a nossa forma de ser e estar tem uma influência direita na nossa localidade. Temos de refletir o que temos feito para a construção do nosso País
Qual é o papel dos jovens para a construção do nosso país?
São questões que devemos fazer entender as pessoas, as massas e como líderes, devemos ser os primeiros a influenciar nessa ação, porque eu acredito nessa tese. Que nós somos o reflexo do nosso país e como jovens somos a perspetiva da continuidade do crescimento e desenvolvimento do nosso país e tudo isso está criteriosamente ligado com aquilo que fizemos, com aquilo que nós dispomos para a sociedade, porque todos nós somos um ente na construção ou destruição da própria sociedade, e do País de modo geral.
Bem, mas existem alguns elementos ligados a essa situação, que influencia positiva ou negativamente a nossa forma de atuação, na sociedade, ali vamos falar sobre a governação. A nossa governação tem um impacto direito na reação ou na atitude de cada um dos indivíduos, porque os nossos jovens e sobretudo as comunidades fazem a sua parte, mais do que ter os seus deveres e obrigações, os mesmos também tem os seus direitos, mas aqui existes um contrassenso que encontramos no nosso país.
Este contrassenso é naturalmente aquilo que o governo se propõe a fazer relativamente aos seus habitantes, os direitos fundamentais das pessoas são sistematicamente violados, diariamente e isso é um fato.
Outro fato é as prioridades que o governo julga sempre ser as mais importantes. Na verdade, as nossas prioridades, desde sempre, foram bem identificadas, sempre existiram programas de auscultação às diversas áreas, para podermos elaborar ou desenhar uma política pública para um dado problema. Claro, saem encontros e vem encontros e, na verdade, esses encontros não têm gerado soluções significativas na vida dos indivíduos, ou seja, continuamos com os problemas ou te mesmo pior que os anteriores.
Problemas tais como acesso as vias secundárias, terciárias até as primárias, emprego, habitação, educação, saúde, energia e Água, saneamento básico, acesso à formação profissional, bolsa de estudo Interna e externa.
E vimos um governo a lançar um projeto, denominada “água para todos”, que no final da sua execução, ficou “todos para água”. Porque fizeram chafarizes em vez de fazerem canalização nas residências. Então em vez de ser tal como eles desenharam na sua política, que seria água para todos, passou a ser todos para água, porque todos de manhã passam a deslocar-se ao encontro dos chafarizes, quando devia ser contrário.
Esta distribuição nos faz entender que continuamos a viver um estilo de vida similar ao do partido único, onde na altura as pessoas tinham de ter um cartão e aguentavam longas filas para efetuarem as suas compras. Um bilhete que concedia as pessoas o acesso à cesta básica o equivalente a 1 kg a cada produto alimentar.
Num período de democracia, onde exercemos o nosso direito de Liberdade de escolha, e, na verdade, é o exercício eleitoral, infelizmente a impressão que temos em Angola é que este gesto não passa por um faz de conta, é uma manipulação sobre a vontade expressa pela população.
Porque um período antes, este regime tirânico e assim é que posso classificar, não olha na vontade do povo, sempre esteve sequestrado a vontade de um pequeno grupo de Chico espertos, açambarcam o dinheiro do horário público e vão meter nas suas contas no exterior do país, depois vem novamente dizer que é a Maravilha do de governação. Por que hoje vocês perseguem-se?
Criaram um falso programa de combate a corrupção, quando na verdade, trata-se da caça as bruxas… em processos seletivos e ainda assim, nos questionamos, este programa de combate à corrupção é direcionado a quem? Ao povo ou aos dirigentes do partido que nos governa?
Entendo que vocês se combatem.
Quer dizer que o vosso programa é violado sistematicamente por um grupo interno da vossa organização que tem prejudicado da forma direita a população, porque nenhum partido em Angola teve a oportunidade de governar, recordar que sempre foi o partido da situação. Por isso, todas as responsabilidades são atribuídas a este Partido. Este é quem nos governa há mais de 45 anos, é o responsável pelo fraco desenvolvimento de Angola, porque intendo que os nossos pais, nossos avós, deram as suas vidas em prol da construção desse país e não em prol de um grupo minoritário que acham que, por sorte ou arte mágica, Angola é para eles.
Quando, na verdade, Angola é dos angolanos, o nosso país precisa de angolanos comprometidos com Pátria, que amam a nossa Terra e que se proponham a lutar por Ela, é resolver os problemas básicos das populações, aqueles que mais precisam. Não é criar falsos programas para o inglês ver e logo a seguir furtar-se das responsabilidades da governação.
Para um governo sério e comprometido com boa governação, devemos olhar para o nosso País, como um reflexo que Angola tem muito para desenvolver, para crescer, para oferecer uma vida melhor nos seus habitantes, para que os mesmos possam sentir-se angolanos na sua própria Terra.
Estamos a acompanhar atualmente a crescente onda de jovens a emigrarem para o exterior, na procura de melhores condições de vida, tudo porque Angola se tornou um País que não oferece condições para um indivíduo poder criar condição básica para suportar o custo de vida.
O país continua a beneficiar um pequeno grupo, com tudo, devemos ver Angola na totalidade, não devemos ver o país apenas com as cores partidárias. E sim com as suas múltiplas culturas, hábitos e costumes, línguas e a suas diversas etnias.
Quem se propõe a governar tem a obrigação de servir o povo e a gerir de forma racional os bens públicos, permitindo assim uma justa distribuição da renda Nacional, onde os angolanos devem ser o centro das prioridades. Como a responsabilidade primária de solucionar o problema básico.
Para terminar, quero fazer referência que ainda estamos longe de termos uma Angola que os nossos antepassados lutaram e por várias gerações. Uma geração que conquistou a independência de Angola, a mais recente alcançou a democracia.
Muitas gerações sacrificaram as suas vidas por Angola, por acreditar que podemos ter uma Angola melhor para os angolanos, sobretudo, para ter um País que cresce na linha do Progresso do desenvolvimento sustentável e na base de um comprometimento com a causa do povo, na linha dos desenvolvimentos, na dignidade do seu povo.
Devemos nos questionar:
Como jovens que somos, qual é a nossa causa?
O que queremos para o nosso País?