Ah, a verdade… esse conceito tão belo e inalcançável, como um oásis no deserto da mentira em que vivemos. Todos os dias, o povo angolano é bombardeado por informações ilusórias, alimentado por promessas que nunca se cumprem e expectativas falsas de um futuro melhor. Dizem que o país está a crescer, que o progresso está a chegar, que a vida vai melhorar. Mas enquanto essa miragem se repete, quem governa desfruta de um presente exuberante, nadando em luxo, enquanto muitos só sobrevivem porque vasculham o lixo em busca das migalhas que caem das mesas da elite.
Mas calma! Não foi isso que nos prometeram. Lá atrás, nas grandes declarações de intenções, ouvimos palavras bonitas como “O que me motiva a concorrer é servir o povo.” Sim, essas foram as palavras proferidas por João Manuel Gonçalves Lourenço ao assumir a cadeira mais importante do país. Palavras fortes, cheias de esperança. Pena que ficaram apenas nisso: palavras.
Porque a realidade, esta sim, fala alto – e o que ela diz é o oposto do discurso. Cada cidadão dentro ou fora de Angola sente na pele não os feitos, mas os efeitos. E que efeitos! O país continua a girar no carrossel da corrupção, dos desvios e do empobrecimento em massa, enquanto a elite desfruta do melhor que a vida tem a oferecer. Mas que ninguém se atreva a apontar a contradição! Questionar isso significa ser antipatriota.
O mais curioso – e trágico – é que muitos dos que vivem na penúria, sem nada, são os primeiros a defender os mesmos que lhes destroem. Esses são os piores. Foram tão bem condicionados que preferem atacar quem expõe a verdade do que questionar quem os mantém na miséria. Estão tão acostumados a apanhar que, quando alguém tenta mostrar-lhes que existe outra realidade, respondem com ódio e indignação.
Mas será que por isso devemos desistir? Claro que não. Se a história ensina alguma coisa, é que nenhum sistema de exploração dura para sempre. Portugal, que antes vivia sob uma ditadura e via seu povo fugir da fome, hoje tem um padrão
Da para entender?
Por: Henda Ya Xiyetu