A recente injecção financeira do Executivo, destinada ao pagamento de dívidas resultantes do incumprimento financeiro de clientes junto dos bancos, está no centro de uma polémica devido à alegada má gestão do presidente do Conselho de Administração (PCA) do Fundo de Garantia de Crédito (FGC), Luzayadio Simba.
REDAÇÃO PORTALTVNZINGA
Segundo fontes, a administração do FGC terá desviado a verba para despesas que não correspondem aos objectivos iniciais do financiamento.
Em vez de preservar os activos financeiros remanescentes para futuros compromissos junto da banca – evitando, assim, novos pedidos de apoio ao Executivo –, Luzayadio Simba utiliza parte dos fundos para benefícios pessoais, bónus financeiros e aquisição de viaturas de luxo.
Uma triagem técnica realizada pela equipa do ex-director de gestão de garantias – exonerado após divergências com a actual administração – revelou que muitas das dívidas cobertas pelo fundo não se enquadravam no âmbito das garantias.
No entanto, ao invés de manter os recursos para garantir a sustentabilidade do FGC, o PCA terá, alegadamente, direccionado os valores para atribuição de bónus retroactivos a si próprio e a administradores, bem como para a compra de viaturas de alto valor comercial.
Fontes do Imparcial Press revelam que Luzayadio Simba aufere aufere um salário de 12 milhões de kwanzas, enquanto os administradores do FGC recebem 11 milhões de kwanzas mensais.
Parte da recente injecção financeira teria sido usada para a compra de viatura topo de gama – novos modelos de Volvo e um Toyota Land Cruiser –, além de uma viatura funcional do mesmo modelo.
Curiosamente, as duas viaturas de luxo encontram-se estacionadas na residência particular de Luzayadio Simba, no bairro Patriota, em vez de no parque de viaturas do FGC.
A polémica em torno da gestão do FGC tem gerado fortes preocupações sobre a transparência na administração dos fundos públicos e a responsabilização dos gestores por práticas que possam configurar abuso de poder e má gestão.
Além das acusações de desvio de fundos, Luzayadio Simba é apontado como responsável por transformar o FGC num feudo pessoal, promovendo despedimentos indiretos, chantagens e perseguições internas a funcionários que questionam a sua gestão.
O gestor tem, ainda, ligações próximas ao poder: é padrinho do marido da ministra das Finanças, Vera Daves de Sousa, César Armando Eusébio de Sousa, um facto que levanta questões sobre o seu posicionamento dentro da estrutura financeira do país.
IMPARCIAL PRESS