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    Opiniões

    O MAIS IMPORTANTE É RESOLVER OS PROBLEMAS DO POVO — FOI ISSO QUE NOS DISSERAM DESDE 1975

    AdministradorBy AdministradorSetembro 20, 2025Sem comentários5 Mins Read
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    LUANDA — “A satisfação das pessoas é a nossa ambição principal, o meu empregador são as pessoas.” A frase foi proferida pelo primeiro secretário do MPLA em Luanda, Luís Nunes, durante um evento político em Cacuaco. Mas será que esta promessa se concretizou em ações? Para a maioria dos cidadãos, o efeito destas palavras ainda não se sente nas ruas, nas torneiras sem água e nas habitações precárias onde vivem.

     

    Décadas após a independência, milhares de famílias continuam a viver em barracas de chapa e estruturas improvisadas que não resistem à chuva nem ao sol. Quando começa a primeira tempestade, a cidade de Luanda transforma-se num enorme conjunto de ilhas, com ruas convertidas em rios de lama e buracos cheios de água verde. É um incentivo à proliferação de mosquitos, diarreias e surtos de cólera que continuam a surgir ano após ano. Só a malária matou 11.447 pessoas em 2024, uma média assustadora de 31 mortes por dia. Para o cidadão que vive em zonas baixas, a chuva é sinónimo de receio: receio de perder os poucos bens, receio de ver o esgoto entrar em casa, receio de doenças que já deveriam ter sido erradicadas. E quando o tempo está seco, o sofrimento não termina dá lugar à poeira sufocante que cobre bairros, roupas, comida e até os arranha-céus da cidade. A vida é uma batalha constante contra a lama e o pó. Mas pergunto: quantos anos mais terão de passar para que uma família tenha uma habitação digna? Até quando vamos ouvir promessas enquanto a população continua a viver de forma improvisada?

     

    O sistema de ensino é outro reflexo do abandono estrutural. Mais de 4 milhões de crianças estão fora do sistema de ensino em Angola, e só em Luanda mais de 1,5 milhão continuam sem acesso a uma sala de aula. As crianças que conseguem estudar frequentam muitas vezes escolas de madeira e barro, construções frágeis que se desfazem com a primeira chuva. Em muitas províncias, as aulas são dadas debaixo de árvores ou ao ar livre, com crianças sentadas em blocos de cimento ou mesmo no chão. Não há mesas suficientes, os cadernos são poucos e os professores, insuficientes; o país precisaria de mais de 60 mil docentes adicionais e 2.500 novas escolas apenas para responder à procura atual. E enquanto as crianças estudam nestas condições precárias, o governo prioriza inaugurações vistosas, propaganda política e obras para fotografias. Mas será que podemos considerar isto uma prioridade? Como esperar que uma geração cresça preparada para enfrentar o mundo quando nem sequer tem direito a uma sala de aula digna? Quantos anos ainda vamos esperar por uma educação verdadeira e não por promessas repetidas em palanques desde 1975?

     

    A situação nos hospitais e centros de saúde é igualmente preocupante. A falta de medicamentos essenciais atinge níveis críticos em várias regiões do país, chegando a 53,1% de carência em alguns hospitais, obrigando os profissionais a recusar atendimento ou a encaminhar os pacientes para clínicas privadas mais caras. Acrescente-se a isto a falta de médicos e enfermeiros qualificados e formados, e o resultado é um sistema de saúde em colapso, incapaz de oferecer cuidados básicos. Crianças, idosos e adultos são os mais afetados, muitas vezes morrendo por doenças que poderiam ser prevenidas com medicamentos simples. Quantas vidas ainda serão perdidas antes que se compreenda que a saúde não pode ser apenas um discurso? Até quando os hospitais continuarão sem recursos enquanto se acumulam promessas em palanques e jornais?

     

    As estradas, outro exemplo claro de negligência, continuam a ser uma ameaça diária à vida dos cidadãos. Em 2024, Angola registou 12.303 acidentes de viação, resultando em 3.120 mortes, ou cerca de 8,5 mortes por dia. Buracos, falta de manutenção e sinalização deficiente transformam cada viagem num risco. Muitos destes acidentes ocorrem em áreas urbanas densamente povoadas, onde a combinação de veículos pesados, trânsito intenso e vias esburacadas cria um cenário quase mortal. Quantas famílias ainda terão de sofrer perdas irreparáveis antes que as autoridades priorizem a segurança rodoviária? Até quando continuaremos a aceitar estradas que mais parecem armadilhas do que vias de desenvolvimento? E será que algum dia veremos um sistema de transporte minimamente seguro que não dependa da sorte para salvar vidas?

     

    Entretanto, os discursos políticos continuam cheios de palavras bonitas: “as pessoas são o nosso empregador”, “vamos resolver”, “prioridade máxima do governo”. Mas no dia seguinte, as pessoas voltam para as suas casas inundadas, para a lama, para o pó e para hospitais sem medicamentos. Enquanto a classe política vive uma realidade com acesso a água potável, luz constante, hospitais equipados e escolas privadas, a maioria enfrenta filas intermináveis para conseguir o básico: água, transporte, saúde e educação. Então pergunto: até quando as pessoas terão de viver apenas de promessas? Até quando as palavras serão suficientes para substituir ações concretas? E quantos anos mais precisarão de passar até que o que nos dizem desde 1975 finalmente se torne realidade?

     

    O que resta às pessoas é a esperança, ainda que frágil. Esperança de que um dia as promessas deixem de ser apenas slogans e se transformem em ações reais. Esperança de ter escolas a sério, com mesas, livros e professores. Esperança de ter água a correr nas torneiras, estradas transitáveis e hospitais que funcionem de forma adequada. Até lá, as pessoas continuam a lutar: lutando contra a lama, o pó, doenças, filas intermináveis e a frustração de ver as promessas a serem feitas infinitamente enquanto a realidade permanece difícil e dolorosa.

     

    Henda Ya Xiyetu

    Criador de Opinião | Opinion Maker | Créateur d’Opinion .

     

    “As opiniões expressas são pessoais e visam provocar reflexão crítica e construtiva sobre temas que impactam nossa sociedade.“

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