O Bairro Nguanhã, outrora pertencente ao município do Sambizanga e hoje integrado no município do Hoji-ya-Henda, permanece como um dos símbolos mais gritantes do abandono governamental em Luanda. A realidade fala por si: um território que já mereceu uma estrada nova — construída com pompa e circunstância — mas que não resistiu a mais de três anos antes de começar a desintegrar-se, sem qualquer reparação à vista.

REDACÇÃO PORTALTVNZINGA.COM

A degradação da via principal, que liga o interior do bairro à famosa Rua dos Candeeiros, tornou-se metáfora de uma promessa de desenvolvimento que nunca saiu do discurso político. Com o avanço notório da UNITA e o crescente espaço político que o partido passou a ocupar na zona, moradores denunciam que o bairro deixou de ser prioridade para o Executivo do MPLA, que reduziu a assistência social e praticamente retirou qualquer atenção ao saneamento básico.

 

Hoje, o Nguanhã vive um cenário que os residentes descrevem como “abandono institucional”. Quando chove, o que era uma situação crítica transforma-se em calamidade pública: esgotos transbordam, a água arrasta o lixo acumulado nas valas improvisadas e forma autênticos depósitos a céu aberto. As ruas tornam-se intransitáveis, e o amontoado de resíduos revela a verdadeira face de um bairro que luta sozinho contra décadas de negligência.

 

Moradores afirmam que não se trata apenas da falta de serviços, mas da ausência total de presença do Estado. O recolhimento de lixo é irregular ou inexistente, as valas de drenagem nunca foram concluídas, e as obras pontuais feitas durante períodos eleitorais desapareceram sem render qualquer benefício duradouro. A estrada que deveria ligar o bairro ao restante do município, e era vista como sinal de esperança, hoje é apenas mais uma ruína do fracasso administrativo.

 

Entre casas alagadas, ruas esburacadas e lixo empilhado, o Bairro Nguanhã continua à espera do que lhe foi prometido: dignidade, infraestrutura e atenção governamental. Os moradores perguntam-se até quando terão de viver como cidadãos de segunda categoria, esquecidos por um Executivo que, sempre que precisa de votos, lembra-se de onde o bairro fica — mas esquece rapidamente quando chega a hora de trabalhar.

Também, esclarecem que desde a tomada de posse José Bastos, como administrador do município, nada faz para tirar o bairro na situação que se encontra, “nem projeto apresentou para a comunidade”… Descrevem que Bastos, está distante do bairro Nguanhã.

“A vergonha do município do Hoji Ya Henda, é o Administrador, pois que nada faz para resgatar a situação social do bairro, é uma vergonha, terrível que estamos a viver aqui”, avançaram.

FONTE : RC E ACTIVISTAS DO MUNICÍPIO

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