Sete ex-trabalhadores da Sociedade Mineria de Catoca, Lda, em representação de 143 ex trabalhadores, (muitos já falecidos), acusam a empresa de descartar-se das responsabilidades sociais, ao longo de mais de 16 anos nas minas, chegaram a contraír doenças crónicas e foram “mandados” para casa onde estão a morrer.
REDACÇÃO PORTALTVNZINGA.COM
Segundo os ex-trabalhadores ao Na Lente do Crime, “eramos um total de 143 elementos, colocados na Mina de Catoca, Lda com as funções de operadores de máquinas articuladas (buldózer, escavadeiras, camiões de carregamento, dos quais 43 já morreram por doenças adquiridas no serviço.
Em 2012 a empresa elaborou uma lista de trabalhadores que contraíram doenças crónicas (derivado de poeiras, ruído elevado das máquinas, com lombalgia, coluna vertebral e acidentes, que os tornou convalescentes, disse.
“Demos a nossa juventude, o nosso sangue, por mais de 16 anos de serviço nas minas de Catoca, na altura os postos médicos eram deficientes, assim como alimentação, a empresa forçou-nos a condição de convalescentes para depois nos despedir com indeminização de apenas tempo de trabalho”.
“Hoje já não servimos. Afinal onde é que contraímos estas doenças? Queremos ser indemnizados por esta razão. Temos família. Os falecidos deixaram viúvas e filhos”, reitera.
“Muitos de nós recorremos ao tribunal 2ª secção da sala do cível, mas foi um fiasco. Os processos encontram-se estagnados e os advogados desistiram”. As razões são desconhecidas, temos exemplos de processos como: 34/2023-A de José Boa; Proc. nº 17/92/11-B; Proc. nº 19/23/12 de Manuel Abrão; Proc. nº 12/46/24 – W do Rocha; Proc. nº 603/-A/2023 do André Morta.
Ao Ministro
Os ex-trabalhadores, pedem a intervenção do ministro Diamantino de Azevedo, afim de conceder-lhes assistência médica e medicamentosa, e uma indeminização pelo facto de terem contraído estas doenças no exercício da sua actividade na empresa Catoca, Lda. “Não queremos morrer, não temos condições de continuar a medicação por falta de recursos”, adianta.
Catoca 30 anos
Se por um lado a empresa celebra os 30 anos de existência, com gastos não inferiores a meio milhão de dólares, a Sociedade Mineira de Catoca, Lda, responsável por mais de 60% da produção total de diamantes de Angola, distinguida no Parlamento Britânico (Reino Unido), com o Prémio de Responsabilidade Social Corporativa e Desenvolvimento Comunitário em África na quinta-feira 10 de Julho de 2025, sob organização da African Leadership Magazine, por outro, morrem trabalhadores com patologias adquiridas na exploração de diamantes no Catoca, Lda.
O dossier enviado ao Na Lente do Crime, consta da lista 143 ex-trabalhadores com patologias diversas entre doenças pulmonares, alguns dados como falecidos com os repectivos boletins de óbito e certidão de óbito, passe de serviço, relatório médico da Clinica Sagrada Esperança e procuração de advogados.
Benedito Damião, director do projecto CATOCA, Lda, congratulou-se com o prémio e tece considerações: “o referido prémio reforça a convicção de que a empresa está no caminho certo, a empresa aposta na sustentabilidade social, económica e ambiental, acção de charme, tem impacto significativo na vida de milhares de famílias, geradora de desenvolvimento”, referiu.