Cresce o número de cadetes do SME que se manifestam, em Luanda, nas imediações da sede do Ministério do Interior, em protestos por serem afastados, sem claras explicações, num momento em que já decorre à fase final de encerramento do Segundo Curso Básico de Migração.
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São cerca de dois mil cadetes que depois de formados ‘paramilitares’ estão a ser afastados com orientação do Ministro do Interior, Manuel da Conceição Homem e do Director Geral do SME, sob o pretexto de alguns não reunirem perfis adequados e possuírem maior idade.
Segundo fontes, a verdade é que entre os paramilitares formados e considerados reprovados estão também milhares de jovens com idades apuradas pelo suposto regulamento ‘fantasma’ que veio repentinamente reger o Segundo Curso Básico de Migração, que teve o seu início no ano transacto, sob a égide do então Ministro Eugénio César Laborinho.
De acordo com os manifestantes “há cadetes com mais de 43 anos que foram apurados directamente por serem da conveniência do grupo do Ministro do Interior e outros por serem parentes dos dirigentes da comissão técnica, que visou avaliar irregularidades no referido curso, mas que no final de tudo, trouxe mais desorganização, perseguição e ‘candonga’ no seio desta corporação”. “Temos provas evidentes que há candidatos que já foram infiltrados nos grupos que estão a trabalhar na ENAME ( Escola Nacional de Migração) para fase final do encerramento deste curso, ou seja, meteram pessoas que não recrutaram nos nossos lugares, por isso saímos às ruas para protestar “, disse um dos cadetes afastado.
Segundo dados apurados, do grupo dos masculinos haviam 23 CIAS com cada 103 paramilitares, mas graças má actividade de inspeção imposta pelo Ministro do Interior e seu staff, os cadetes depois de serem submetidos por exames pela segunda vez, em cada CIA nem a metade dos formados foram aprovados, tudo porque ousaram criar critérios estranhos, e rebuscar regulamentos antigos que não caracterizaram a criação do referido curso.
De lá pra cá, assiste-se o enquadramento de candidatos (familiares) ligados aos altos dirigentes do comité central do MPLA, governo central, Assembleia Nacional, Presidência da República e o grupo do Ministro do MININT e altos funcionários do SINSE.
Segundo ainda a fonte, após divulgação dos resultados que afastaram mais dois paramilitares do masculinos e femininos, a comissão do Ministro ludibriou os formandos com a recepção de recursos de reclamações dirigidas ao MININT e ao Director Geral do SME, mas até então sem nenhuma resposta sobre o assunto. Apenas o SME através de comunicados poucos credível, sem assinaturas, e divulgados em canais anormais, convocou os poucos paramilitares considerados apurados, e já se encontram em treinamentos para fase final de encerramento.
Estima-se que nesta altura, a direção da ENAME limita-se a expulsar os demais paramilitares formados pelo próprio SME, ou seja, não há nenhuma comunicação oficial quer do MININT ou da Migração a respeito do futuro dessa juventude formada que se encontra apeada por se propor a servir, e defender integridade da Pátria angolana.
Face ao evoluir desse clima, pode subir a qualquer momento, o tom de protesto dos cadetes afastados, que têm se organizado por via das redes sociais, num total de cerca de dois mil candidatos que aguardam por resposta de enquadramento pelo órgão de tutela.
Até o momento, o MININT limita-se a reforçar a sua segurança no intuito de afastar os seus próprios quadros que protestam pelos seus direitos.
Especialistas em Segurança e Defesa, já reformados, falaram em anonimato à esse órgão sobre o assunto, e disseram não entender a atitude do titular do MININT e seu respectivo pelouro.
” Não há necessidade de afastar essa juventude que entrará pra ocupar os postos de agentes, até porque há um excesso de Oficiais Superiores e Oficiais Comissários no activo e que já não trabalham, andam em casa, e que devia ser rapidamente reformados para dar lugar há juventude formada, para haver mais polícias disponíveis, sobretudo numa altura que o MININT deverá precisar mais de sete mil quadros para diversos sectores nas três novas províncias criadas, como Icolo e Bengo, Moxico Leste e Cubango para formar os comandos locais, disse o especialista que esteve ligado a área de quadros do Comando Geral da Polícia Nacional.
O especialista em Segurança e Defesa apela ao bom senso do Ministro do Interior, Manuel da Conceição Homem, a ter em conta que já se gostou recursos pra se formar essa juventude em quadros paramilitares, e que o MININT deve continuar a formá-los, afim de se adaptarem aos novos desafios do actual contexto. O especialista alertou também que, à aposta sobre eles pode evitar o surgimento de milícias, ou seja, células de crimes organizados.