Ex-reclusos atiram-se contra o patronato e fazem inclusive aproveitamento político. Numa composição de 40 famílias de ex-presidiarios provenientes da penitenciária de Viana, liderados pelo Pezado como é conhecido, estão a rebelar-se contra a gestora da fazenda Perola do Kikuxi.
Por: Matias Miguel
Elizabete Dias dos Santos, gestora da fazenda Perola do Kikuxi, “estamos a passar por um projecto de requalificação e revitalização e, com base nisso, notificamos os ocupantes dos casebres erguidos ao longo da parte frontal, no sentido da comunidade ser inserida no projecto.
A fazenda com uma área de 323,54 hectares, foi constituída em 1990, neste período estabelecemos um acordo com a penitenciária de Viana que consistia, em inserir os reclusos no trabalho socialmente útil.
Reclusos que já haviam cumprido metade da pena, em função do bom comportamento, seriam remunerados, sendo grande parte deles provenientes do interior do país, sem familiares, 20 destes lhes foi dada autorização para erguerem casebres defronte a fazenda, disse.
Nesta altura os reclusos foram informados, que no futuro com a requalificação do projecto os casebres seriam retirados, o que nós assistimos ao longo dos anos, é que os casebres foram substituídos por construções definitivas, e inclusão de populares não autorizados.
Alguns com penas terminadas, outros devolvidos a penitenciaria por mau comportamento. Apenas onze continuam connosco, destes nós assumimos em efectuar o pagamento de um ano de renda, um deles está a ser sondado para cargo de subdirector por apresentar qualidades.
Requalificação e revitalização
Segundo a entrevistada ao Na Lente do Crime, “a requalificação passa por termos a zona turística do Kikuxi, um posto de saúde para diagnósticos, parque infantil, um centro com cyber, escola de ofício e arte, inglês, padaria, restaurante e a praça do Nandó é, a que não poderá faltar, sinto-me lisonjeada pela comunidade enaltecer o nome do meu pai, significa que têm carinho, tudo isso é uma mais-valia”.
Dentro dos investimentos, queremos implementar água tratada dentro da praça Nandó/comunidade, criar balneários para dar maior dignidade e qualidade de vida as pessoas, “este bem estar não me vai tornar mais rica nem mais pobre, trabalho para ser e não para ter”, enfatizou.
Nandó não responde.
“Alguém quer fazer aproveitamento político com a causa, o camarada Fernando da Piedade Dias dos Santos (Nandó), não é o gestor da fazenda, deixem de falar dele, se há alguém que queiram expôr, que o façam com a Elizabete Dias dos Santos Burity como gestora”, adverte.
Pezado lidera arruaça
Sabe o Na Lente do Crime, que Pezado como é conhecido, ex-recluso excluído do projecto por comportamento indecoroso, é filho de um suposto soba, lidera a insurreição dos populares, a tomarem posições para arruaça, extorquir e criar instabilidade dentro do projecto.
Administração
Em função das tentativas de agressões com (facas/catanas e pedras), ofensas contra a gestora e trabalhadores, contactei a administração do Vila Flor e, no dia 01 de Julho enviaram um grupo de fiscais que tenta repôr a legalidade.
Está é uma responsabilidade do Estado, desalojar aqueles populares, temos a documentação completa, o título de concessão com o valor de Kz 3.416.582,4, contrato de concessão de direito de superfície, as cotas pagas no processo nº 1900-LA/21, ja fizemos a participação nos Serviços de Investigação Criminal (SIC) contra os dois insurgentes que incitam a população.
Empregabilidade
Realçou que, há quase uma exigência de atribuição de 400 residências, isto é um absurdo, quem atribui residências ou casas é o estado, quando entende em requalificar uma determinada área.
“Eu sou empresária, tenho planos de crescimento económico e social, para promover empregabilidade e dar emprego, fora disso não é da minha responsabilidade”.
Temos o projecto Mulher Zungueira implementado comunidade, que exerce várias actividade custeado pelo projecto, hoje rebelam-se contra nós… Sinceramente, julgava que são pessoas sérias. No dia 24 de Dezembro, fizemos o natal solidário com a comunidade, diante disso esta mesma comunidade se revolta contra o projecto de requalificação e revitalização, lamenta.
” Não estou a dizer que o espaço é nosso, não foi o chefe (Nandó), que nos mete aqui para construir casebres, mais uns fizeram já construção definitiva, o problema é que não temos por onde ir, referiu o Prezado ao Na Lente.