Uma série de denúncias graves de corrupção, abuso de poder e gestão irregular agita os condomínios Hortênsias Ville II e Joias do Camama, destinados a efetivos do Ministério do Interior (Minint), em Luanda. A principal visada é Sandra Paiva, diretora da Caixa de Proteção Social (CPS) do Minint, acusada de sobrefaturar habitações sociais e intimidar os moradores.
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Segundo as denúncias, Paiva estaria a ignorar as diretrizes do governo sobre preços de habitação social, impondo valores exorbitantes aos militares. Os contratos de compra e venda, denunciam os moradores, são baseados nas patentes dos efetivos, e não nos decretos que regulamentam a matéria, resultando em prestações mensais elevadas e insustentáveis.
A diretora é ainda acusada de usar a Polícia Nacional para intimidar os moradores, ameaçando-os de despejo e ignorando as patentes dos oficiais. Os denunciantes temem que as ações de Paiva possam gerar conflitos violentos no condomínio, onde a maioria dos moradores possui armas de fogo.
As irregularidades não se limitam aos preços das habitações. Os moradores denunciam que os bancos se recusam a descontar os valores das prestações, devido à falta de clareza nos contratos e à ausência de acordos com a CPS. Além disso, a diretora é acusada de pressionar os moradores a efetuarem pagamentos via ATM, contrariando as cláusulas contratuais.
As denúncias apontam ainda para um ambiente de “culto à personalidade” na CPS, onde os funcionários tratam a diretora por “Mama”. Há receios de que Paiva, com alegada proteção do atual ministro do Interior, Manuel Homem, esteja a preparar-se para assumir cargos ainda mais elevados, blindando-se contra fiscalizações e represálias.
Os moradores apelam ao ministro Manuel Homem para que tome medidas urgentes, investigando as denúncias e pondo fim às práticas de corrupção e abuso de poder na CPS. Alertam para o risco de exploração política da situação por forças hostis ao governo e para o impacto negativo na imagem do partido MPLA e do Presidente da República.
O caso levanta sérias questões sobre a transparência e a legalidade na gestão de habitações sociais destinadas a militares, bem como sobre a eficácia dos mecanismos de fiscalização e controlo interno no Minint. As denúncias, acompanhadas de elementos de prova, exigem uma investigação rigorosa e célere por parte das autoridades competentes.
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