O Banco Sol há já algum tempo que tem sido alvo de diversas acusações desabonatórias ao que deve ser o perfil de uma instituição bancária, cuja responsabilidade social tem sido profanada, com destaque para notícias de roubos e desvio de elevadas somas monetárias que lhe são confiadas pelos clientes.
REDAÇÃO PORTALTVNZINGA
O Banco Sol tem sido consecutivamente apontado por crimes de “abuso de confiança”, entre outros ilícitos, praticamente desde o seu surgimento no mercado bancário angolano, inclusive por “conflitos de interesses”, por roubos descarados de dinheiro, financiamento à “empresas fantasmas” e projectos fictícios, que absorvem milhões dos fundos, bem como processamento de salários de funcionários públicos “fantasmas”, desvio de bens da instituição, branqueamento de capitais, entre muitos outros crimes.
De acordo com fonte bem informada, o actual PCE, Osvaldo Lemos Macaia, e sua equipa, terá manipulado os dados apresentados recentemente nas demonstrações financeiras do Banco Sol que apresentam um declínio cíclico desde o exercício económico de 2023.
Prejuízos
“No terceiro trimestre do ano passado, o Banco Sol registou um prejuízo de 825 milhões de kwanzas, correspondendo a 877 mil dólares, à taxa actual de câmbio do Banco Central, em contraste com um suposto lucro obtido no período homólogo de 2023, que se fixara em 16 mil milhões de kwanzas, equivalentes a 19 milhões de dólares”, descreve o relatório.
Entretanto, segundo a fonte, os vários gestores que já lideraram o Banco Sol, com maior incidência ao Coutinho Nobre Miguel, incluindo o actual, são acusados de utilizar o banco em seu benefício e dos membros do Conselho de Administração, bem como para favorecer indivíduos e entidades que lhe são próximos ou por interesses óbvios, em detrimento dos clientes, funcionários e da sociedade em si.
Mergulhado em crimes
“Os membros da direção só querem ver o seu próprio bem, enquanto os funcionários mendigam e sobrevivem de créditos dados pelo banco”, disse, acrescentando que o “banco navega de crime em crime, que infelizmente têm sido encobertos pelas autoridades, apesar das diversas denúncias públicas, apesar do combate à corrupção e conexos”.
A fonte afirma que “o Banco Nacional de Angola (BNA), nomeadamente, o seu Departamento de Conduta Financeira, tem recebido inúmeras queixas contra o Banco Sol e não pode nem deve pactuar com as situações que são apontadas a essa instituição, devendo agir em conformidade com os seus estatutos e a lei”.
Para 2025, disse, “já estão na forja novas ‘engenharias’ a nível da direcção de Contabilidade, direcção de Serviços Gerais, direcção de Tecnologia e Sistemas de Informação, do gabinete de Segurança Cibernética e gabinete de Compras, assim como da direcção de Mercados Financeiros, direcção de Operações, direcção de Banca Electrónica e Direcção de Tesouraria”.
Rombos financeiros omitidos
“Foi assim que, em 2024, aconteceram rombos financeiros de somas milionárias, que o Sr. Osvaldo Macaia, ‘preferiu’ omitir, tal como o roubo de mais de 300 milhões de kwanzas, subtraídos das contas de vários clientes, efectuado por um funcionário identificado por Wilander dos Santos, afecto à Direcção de Particulares e Negócios (DPN)”, descreveu a fonte.
O referido funcionário da Direcção de Particulares e Negócios (DPN), usou um dos canais do banco conhecido por “SolNet”, usado para fazer transferências, subtraindo somas avultadas das contas de vários clientes, sem prévia autorização ou consentimento dos mesmos, apoderando-se assim, fraudulentamente, de mais de 300 milhões de kwanzas das mencionadas contas.
Macaia sabe
A fraude é do conhecimento da direcção do Banco Sol, nomeadamente o Osvaldo Macaia, que preferiu remeter-se ao silêncio em relação a este assunto e muitos outros.
Refugiou-se em Portugal
Enquanto isso, propala-se que o funcionário em questão terá sido detido em Portugal, país onde se terá “refugiado”. Contudo, sobre o assunto nada mais se disse, apesar de haver clientes que foram lesados e reclamaram o que lhes foi roubado.
Mais KZ 100 milhões
Como se não bastasse, depois do roubo da milionária soma de 300 milhões de kwanzas efectuado por Wilander dos Santos, dias depois foi “descoberto” mais um “buraco”, desta feita um rombo de 100 milhões de kwanzas.
A fonte explica que o roubo terá acontecido meses antes, mas que só foi descoberto posteriormente “devido às diversas exonerações que têm sido levadas a cabo no banco”.
Falta de lisura
Em sua opinião, a forma como os desfalques acontecem no Banco Sol, e não é de hoje, pressupõe que há um “sistema de facilidades” para que aconteçam os constantes roubos e conivência e/ou desorganização dos departamentos que deveriam zelar pela lisura e integridade da instituição.
Como que para dar a entender ao público, que a direcção está preocupada com a situação, entendeu-se proceder a despedimentos sem justa causa.
“Ocorreram muitos despedimentos de forma injusta e indevida por conta dos casos de desvio de enormes somas de contas de vários clientes, os funcionários têm sido postos na rua sem aviso prévio, sem direito à pronunciarem-se e sem questionamento, isto anda muito mal. Pessoas que trabalham arduamente pela empresa são dispensadas dos seus cargos sem sequer ter causas plausíveis, o que è muito triste, é uma autêntica ‘caça às bruxas’”.
O actual PCE, Osvaldo Lemos Macaia, é descrito como um indivíduo prepotente, arrogante e sem respeito nem consideração pelas pessoas, não importa que sejam funcionários ou clientes. “É um indivíduo mal educado”, sublinhou a fonte, acrescentando que “a lambança é tanta que até cenas de sexo entre funcionários acontecem nos gabinetes, como o que aconteceu há dias em um dos gabinetes da direção onde foram surpreendidos dois responsáveis em pelno acto sexual em horário de trabalho”, denunciou.
USEIRO E VEZEIRO MAS SEMPRE PROTEGIDO
Pelo que tem acontecido ao longo dos tempos no Banco Sol, a instituição consta em relatórios de organizações internacionais como das que contêm “indicadores de suspeição, modelos de actuação ou comportamentos, esquemas passíveis de estar em curso ou poder ocorrer crimes de branqueamento de capitais, financiamento ao terrorismo entre outros crimes subjacentes”, descreve-se, sublinhando que tais indicadores “resultam da observação de diversos movimentos bem como de comportamentos suspeitos em distintas situações concretas”.
De acordo com especialistas do sector económico-financeiro, o Banco Sol tem sido useiro e vezeiro em crimes que lesam o Estado em milionárias somas monetárias, de forma sistemática, sem que seja sancionado pelas autoridades, “o que lança suspeições ao ‘modus operandis’ do Banco Nacional de Angola, na qualidade de organismo de supervisão e garante da estabilidade do sistema financeiro”.
Recorde-se que em Dezembro de 2023, de acordo com notícias postas a circular então, o Banco Sol terá sido vítima de um “roubo sem precedentes”, próprio de um filme de acção, cujo protagonista foi o funcionário da Tesouraria Central, que “encheu um carro forte com todos os valores que se encontravam na caixa-forte da sede do Banco, tendo desviado mais de 7 milhões de dólares, 8 milhões de euros e mais de 85 mil milhões de kwanzas”.
Ante um roubo espetacular de tal calibre, nem “o seu Conselho de Administração e/ou a Comissão Executiva se dignaram reunir para debater o assunto e muito menos para accionar o Serviço de Investigação Criminal (SIC) e a Procuradoria Geral da República (PGR) para investigar o caso, reaver os valores e deter o funcionário criminoso que misteriosamente sumira”.
Enquanto isso, anteriormente, o Banco Sol já foi alvo de um processo de investigação pelo Banco Nacional de Angola (BNA) por alegados “conflito de interesses” na concessão de crédito aos accionistas e a membros da administração, tendo sido detectado factos descritos como “crimes de abuso de confiança” que terão sido remetidos à Procuradoria-Geral da República (PGR). Embora a PGR tenha, na altura, garantido pronunciar-se sobre o caso, nada transpirou para o público, mas o tema “abuso de confiança” na gestão do Banco Sol, continua a ser motivo de especulações em diversos meios sociais.
Administradores únicos beneficiados
“Actualmente, os novos administradores estão a beneficiar de créditos de 100 milhões de kwanzas”, revelou.
A fonte garante, para breve, mais informações sobre falcatruas que acontecem no Banco Sol, com nomes, datas e as devidas descrições dos factos! Em busca do devido contraditório, o Na Lente do Crime contactou o Gabinete de Comunicação e Marcas do Banco Sol, na pessoa da sua diretora, Liudmila Lemos Inácio, mas a responsável não se dignou atender as chamadas e mensagens. Horas depois, um alegado funcionário do referido Gabinete, identificado por Nelson Rodrigues, contactou o NLC para saber do assunto e pediu um questionário. Posto isto, foram enviadas algumas questões que, passadas mais de 72 horas, não foram respondidas.