Chegou a hora de encarar a verdade nua e crua. As oportunidades para mudar o rumo da história de Angola foram enterradas em promessas vazias e gestões desastrosas. A COVID-19 já não pode mais ser a desculpa para o fracasso contínuo. A Ministra teve a audácia de afirmar: “Se conseguimos ultrapassar a COVID-19, então estamos no bom caminho.” Que caminho? Um país onde milhões morrem de fome, onde a corrupção corrói o tecido social, onde a riqueza do petróleo só enriquece uma elite corrupta? O “bom caminho” que ela enxerga só leva ao abismo.
Enquanto isso, o Presidente da República, em um raro momento de sinceridade, admitiu que as reformas atuais não resolverão os problemas do país nem em 10 anos. Dez anos? O país está afundando agora! A pobreza extrema é uma realidade avassaladora, e o governo continua a maquiar o cenário como se a crise fosse resolvível com discursos e aparições de luxo. Estamos prestes a concluir mais um mandato, e ao invés de focarem nas soluções urgentes, os camaradas estão ocupados com disputas internas e especulações sobre quem sucederá João Lourenço. Como sempre, o poder e os privilégios pessoais são mais importantes do que salvar o país.
Sejamos francos: os camaradas precisam parar de brincar de poder e deixar que o povo escolha seus líderes de verdade. Chega de manipulação e escolhas desastrosas como as que se vê nos CAPS e na JMPLA. Agora falam de Jéssica Romero e Capapinha como soluções para liderar a JMPLA, como se isso fosse resolver alguma coisa. Esses jogos políticos baratos não alimentarão a população, não resolverão a corrupção nem trarão dignidade ao povo que agoniza na miséria.
Angola pertence aos angolanos, não a essa elite arrogante e corrupta que perdeu completamente o contato com a realidade. Não podemos permitir que o país, pelo qual lutaram figuras como Dr. António Agostinho Neto, Jonas Savimbi, Holden Roberto e José Eduardo dos Santos, seja destruído por uma oligarquia desonesta. Esses líderes sacrificaram suas vidas por um futuro melhor, mas o que vemos hoje? O legado deles está sendo pisoteado por uma classe política que só pensa em seus próprios bolsos.
Enquanto facções políticas se formam em Luanda, e os camaradas escolhem lados entre Manuel Homem e figuras irrelevantes como Tomás Bicá e Nelson Funete, o povo morre de fome. A pobreza extrema é uma chaga exposta, uma vergonha nacional. Milhões de angolanos vivem como fantasmas, sem água, sem comida, sem saúde. A desigualdade social em Angola é uma bomba-relógio, e os governantes parecem estar dormindo no volante, enquanto a nação caminha para o colapso total.
A fome está matando o povo. A corrupção está matando o país. Onde estão as soluções? Onde está a responsabilidade de quem foi eleito para cuidar da nação? José Eduardo dos Santos, em seu discurso histórico, disse: “Nem mais um tiro; vamos preservar os vivos para negociar a paz.” Mas que paz é essa, quando permitimos que o povo morra de fome? De que adianta preservar corpos que definham por falta de comida e dignidade? Não há paz em estômagos vazios.
Senhores governantes, banqueiros corruptos, presidentes de empresas públicas e privadas que enriqueceram à custa do povo, saibam que seus túmulos luxuosos não os salvarão do julgamento da história. Angola está à beira de um colapso social, e a responsabilidade é inteiramente de vocês. Nada levarão consigo, nem o ouro que acumularam, nem o poder que ostentam.
Obrigado, Dr. Agostinho Neto, por ter fundado esta nação. Mas seus sucessores estão enterrando seu legado na lama da corrupção e da ganância. O tempo de agir já passou, mas quem sabe, antes do colapso final, ainda reste alguma coragem para fazer o que é certo.
POR: FMG