“Angola tem vindo a concretizar uma agenda reformista ambiciosa, nomeadamente no que respeita aos objetivos de diversificação económica e de reforma do Estado“.
GRAÇA CAMPOS
Portugal está disponível e comprometido com o apoio a estes esforços angolanos”.
(António Costa, primeiro-ministro de Portugal a véspera da visita a Angola)
Bom de bola, isto é, da palavra, António Costa não foi, porém, capaz de apontar uma única reforma do Estado que o seu “anfiteatro” João Lourenço tenha levado a cabo com sucesso e da qual tenha resultado na plena diversificação da economia angolana.
Do cauteloso, calculista e interessado no nosso dinheiro, angolanos e portugueses não ouviram uma única crítica ao “anfiteatro” de António Costa qualquer crítica pela progressiva transformação de Angola num estado totalitário.
Quem se guie exclusivamente pelas palavras de António Costa pode ser induzido a concluir que a sua mensagem reflecte um país em que governantes e governados andam de mãos dadas. Unidos pela felicidade.
Os “rebuçados” de líderes ocidentais ao Presidente angolano é que reproduzem nele a ilusão de ser um governante admirado e respeitado pelo seu povo.
Qualquer dia – que pode já não estar muito distante – António Costa e outros passarão por João Lourenço e fingirão que nunca o viram antes, nem mais magro, nem mais gordo. E se João Loureço evocar antigos laços de cumplicidade ou de amizade circunstancial, António Costa acionará a Polícia.
António Costa é dos mais habilidosos políticos que Portugal tem hoje, ele, como todas as pessoas sensatas no mundo, não vê “reforma ambiciosa” nenhuma em curso no País. Disse-o com o calculado objectivo de arrancar do envaidecido “anfiteatro” boas oportunidades de negócios para as empresas portuguesas.