..Marcado por comportamentos de kuduristas [K2] do Presidente da República que a dado momento, enquanto discursava, ameaçou os Deputados afectos à Bancada Parlamentar da UNITA que iria abandonar a sala, num claro acto de iliteracia jurídica traduzido no desconhecimento total dos dispositivos normativos constitucionais, pois enquanto Presidente da República, JLourenço falava não somente para o hemiciclo da Assembleia Nacional mas sobretudo para todos os angolanos, quer se encontrem em território nacional ou mesmo na diáspora.
1. O Discurso sobre o Estado da Nação hoje proferido pelo Presidente da República, em cumprimento ao disposto no Artigo 118° da CRA, veio mais uma vez dissipar e cristalizar as possíveis dúvidas de uns poucos angolanos que apesar do estado lastimável de coisas a que o país se encontra voltado, como consequência das precárias e desastrosas políticas de governação de JLourenço, sem que se vislumbrem durante o seu último mandato, alterações ao actual e de todo crítico estado de coisas, ainda assim preferiram dar o benefício da dúvida ao Presidente da República, ouvindo-o por longas, intermináveis e intediantes horas.
2. Pela elevada quantidade de dados e informações deduzidas de relatórios forjados, que preenchia o grande-pobre e penoso discurso de JLourenço, traduzido em uma mão cheia de nada, se calhar somente hoje os angolanos perceberam porque é que quando o Teimoso discursa na Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque, todo o mundo retira-se da sala antes mesmo do início de um ciclo do leitura de papéis, atrás de um monte interminável de papéis, sem que do seu conteúdo se possa extrair o mínimo útil possível, levando a que João Lourenço de todas as vezes que vai à Assembleia Geral das Nações Unidas, um órgão em que, aos participantes é conferido a faculdade de ficar ou abandonar a sala, conforme o valor ou o desvalor do discurso a ser proferido, acabe sempre por discursar para intermináveis filas de cadeiras vazias, o que serve como uma espécie de recado das mais diversas delegações internacionais que se ausentam, para que JLourenço devesse voltar com os seus montes de papéis para Angola, se organizasse e só depois voltasse para Nova Iorque para poder ser levado verdadeiramente a sério.
3. Mais uma vez dissiparam-se as dúvidas todas, pois ficou provado que além de despido de literacia política mínima exigível para tão nobre cargo tal como o é ser Presidente da República, JLourenço não tem agenda qualquer para o País, sendo de todo evidente que a única e exclusiva agenda de JLourenço circunscreve-se à manutenção do seu poder a qualquer custo (no MPLA, extensivo ao País), levando a que os angolanos estejam desde 2017 até aos dias actuais, a caminhar por um TÚNEL completamente escuro, em que enquanto caminham, ao invés de verem uma LUZ VERDE ao fundo do túnel, infelizmente continuam a ver cada vez mais túnel.
4. Os números forjados, dados completamente maquilhados, hoje apresentados, com os quais JLourenço teimosamente prefere insistentemente se mentir, contrastam de longe com a realidade quotidiana actual de Angola e dos angolanos, até porque não precisamos fazer grandes exercícios mentais para por exemplo percebermos que:
• Enquanto JLourenço discursava no monumental Palácio da Assembleia Nacional, se uma vez terminado o discurso, decidisse atravessar o muro ao lado da Assembleia Nacional, encontraria famílias inteiras a comer em contentores de lixo, enquanto outras, completamente esfomeadas fazem filas esperando que mais lixo seja deitado, como se de um verdadeiro serviço de turno se tratasse.
• JLourenço perdeu por outro lado uma soberana oportunidade para explicar aos angolanos sobre o que fará para travar a constante desvalorização do Kwanza face às principais moedas internacionais (Euro e o USD), da qual avulta uma hiper e galopante inflação contínua sem fim a vista, derrapando dia pós dia a economia angolana a vários níveis, desvalorizando a um ritmo cruzeiro os míseros salários auferidos por funcionários nacionais, além de afugentar o investimento estrangeiro.
• JLourenço perdeu também uma sublime oportunidade para dizer aos angolanos sobre que políticas enquanto TPE tem em curso para melhorar a situação social dos angolanos, que a essa altura é já de longe a mais precária de todos os tempos, desde que Angola se conhece como Estado independente, resultando em consequências sociais lastimáveis, das quais avultam:
– Um elavado grau de criminalidade, com jovens e até menores de idade sendo diariamente, na calada da noite abatid0s em massa por homens encapuzados afectos ao SIC, maioritariamente nas zonas periféricas de Luanda;
– Moças amarradas à prost*ituição, motivadas pela fragilidade financeira extrema dos seus progenitores, que coitados ou são desempregados ou quando trabalham ganham míseros salários pagos pelo Executivo Titulado por JLourenço.
• JLourenço perdeu ainda uma soberana oportunidade para falar aos angolanos sobre os reais números da dívida pública, como foram usado tais dinheiros, que impacto o seu uso teve na vida dos angolanos e até que grau tais dívidas afectarão as gerações vindouras.
• JLourenço, decerto os angolanos esperavam também que se pronunciasse de modo concreto sobre quando é que as autarquias serão pela primeira vez um facto em Angola, pois sabemos que embora o Pacote Legislativo Autárquico não esteja concluído, se houver da parte do Senhor uma frenética vontade política, orientando o Grupo Parlamentar do MPLA, tal como fizera recentemente, dando ordens para a aprovação às pressas da Lei sobre a Nova Divisão Administrativa, mesmo amanhã* já as autarquias poderão sim ser um facto.
• Por último, se calhar JLourenço, depois de ter mentido os angolanos, perdeu uma soberana oportunidade para, aproveitando que os microfones de todos os órgãos de comunicação do país estavam postos sobre si para dizer a verdade aos angolanos, falando que afinal de contas Joe Biden – o Presidente dos EUA – já não vem em visita oficial a Angola, mas que decidiu única e exclusivamente ir a Alemanha, que talvez Biden tenha preferido somente visitar os germânicos por este ser um País verdadeiramente LIMPO, SEGURO e ORGANIZADO.
Smith Adebayo Chicoty, Passando em Revista o Discurso sobre o Estado da Nação, 15, 10, 24, em Luanda Angola.