Quatro cidadãos naturais da Província da Huíla e do Bié denunciam mais uma vez, a condição desumana imposta pelos empresários chineses do Grupo African Sunrise Investiment que comporta a Cidade da China, Kikolo Shopping e Nova Era Comercial, Lotchina, Lotchi e Wyla-Wyla, são apontados, como os que mais maltratam angolanos na Nova Era, gerida por Lara Chai.
REDACÇÃO PORTALTVNZINGA
Emanuel Francisco Laurindo de 19 anos de idade com 9 meses de trabalho no complexo laboral Nova Era, altura que um dos motoristas do Grupo African Sunrise Investiment os recrutou e os troce de camião, num total de com 20 jovens, proveniente do Município do Chitembo e Chibia,
Província da Huíla e do Bie, são submetidos a maus tratos.
Segundo Emanuel Laurindo, o dormitório é uma lástima, vivem num chimbeco por trás da Nova Era, estaleiro improvisado sem as mínimas condições de habitabilidade, onde compartilham o recinto com pulgas, ratos, baratas e até percevejos.
Ao primeiro olhar percebe-se que a convivência tem sido com insectos pela cor da pele que se apresentam e as sarnas em quase todo o corpo. Emanuel disse mais, entramos para nas actividades às 06h30 e largamos às 18h00, bebemos a mesma água com a qual construímos, conta que em época de chuva, os nossos pertences e nós próprios nadamos no lodo, a alimentação é por nossa conta, dos 35 mil Kwanzas que auferimos, obrigatoriamente temos que retirar dois mil Kwanzas para comprar comida na rua, caso desobedeces, és descontado 4 a 8 mil Kwanzas, emagrecendo ainda mais o pouco dinheiro que temos que dividir com a família que deixamos na Huila.
João Martins Homens, 22 anos de idade, recrutado a nove meses na província do Bié, conta, que na última semana do mês de Agosto, o chinês conhecido por Lotchina arremessou-me um barrote na cabeça e criou um ferimento grave, levei oito pontos, o tratamento foi por minha conta e ainda fui descontado os dias que fiquei no estaleiro acamado, hoje terça-feira 03, foi o cúmulo, o chinês Lotchina voltou a engravatar-me na camisa e desferiu-me duas chapadas no rosto, e disse que a partir de hoje você já não é trabalhador da Nova Era.
Como aconteceu
No acto da agressão, encontrava-me por cima do andaime, tão logo o Lotchina chegou, reprovou o meu trabalho e mandou-me descer, agarrou no barrote e arremessou na minha cabeça seguido de disparates.
Recorri a esquadra policial do 22 de Janeiro junto a Via Expressa, os policias levaram-me ao hospital, fiz o curativo, na companhia da Polícia rumamos para o estaleiro, mas apercebi-me que o chinês corrompeu a Polícia com valores monetários, a partir daquele momento tudo ficou em nada, acusa.
IGT vê lulas
Os trabalhadores disseram ainda que os inspectores da Inspecção Geral do Trabalho, estiveram lá numa segunda-feira do mês de Agosto mas feziram uma visita superficial, chegaram apenas nas naves, escusando-se de observar em que condições sociais vivemos, isto é, como comemos e dormimos, rematou um dos funcionários a nossa reportagem.
Deixaram recomendações aos chineses do gênero: Os trabalhadores devem ter equipamento, contrato de trabalho, condições de higiene entre outras, e a nós prometeram regressar para constatar as exigências feitas.
Chinês rasga documentos
Todos nós das províncias que trabalhamos tanto na Cidade da China bem como na Nova Era não temos contratos de trabalho, o chinês conhecido como Lotchi, rasgou a fotocópia do meu bilhete de identidade na minha cara e disse-nos, nós não precisamos aqui de documentos nenhum.
Tudo que nós queremos é regressar para a província mas, a passagem esta entre os 35 a 40 mil Kwanzas, já não temos capacidade para custear a viagem, porque o chinês, pagou-nos vinte e seis mil Kwanzas referente ao mês de Agosto. Conta um dos entrevistados que o chinês atirou o dinheiro ao chão porque eu rejeitava os Kz 26 mil por não concordar, penso que o empregador é que rescindiu a relação laboral, logo deve ressarcir ou indemnizar o trabalhador, desabafou com lágrimas aos olhos o pobre funcionário.
A nossa situação não difere dos demais colegas que trabalham no Grupo African Sanrise Investiment. O receio é que se o chinês aperceber que o fulano ou o beltrano está descontente é automaticamente despedido.”Nós não temos por onde nos acomodar aqui em Luanda, e eles apercebendo-se dessa nossa condição de fragilidade, brincam conosco como se quer brincar com um cão.
No direito ao contraditório, contactamos Lara Chi gestora da Nova Era que nos remeteu ao Avelino dos Santos, membro da sua equipa, com fundamentos de desconhecer o caso para depois prometer contactar os jovens e providenciar a viagem de regresso a Província de origem.
É um caso que o Na Lente do Crime vai continuar a acompanhar.