Bernardo Capitia de 36 anos de idade que em vida exerceu a função de gerente da fábrica de blocos Jain Peng supostamente propriedade de um chinês no Zango IV-A Município de Viana, morreu na quinta-feira 27 por doença prognosticada por tuberculose pulmonar como atesta o certificado de óbito.
KIAMUKULA KANUMA
Ana Camamba viúva, “o Bernardo começou adoecer depois de quatro ano na empresa do Chines, em 2023 foi piorando e diagnosticado tuberculose, ainda assim o chinês não aceitava que ele ficasse em casa, o trabalho era muito desgastante, de segunda a segunda e das 05h30 as 20 horas, ate acabar por morrer, conta, na quarta-feira 26 veio muito mal do serviço a tosse piorou e muito febril, na quinta-feira acabou por morrer em casa, choros.
O meu marido era a fonte de rendimento da casa, eu não trabalho, temos quatro filhos, o mais novo tem um mês, vivemos na casa de “tomar conta”, não sei o que será da minha vida daqui para frente, lamenta.
Vivemos uma vida de cão
Os trabalhadores da fábrica Jain Peng que preferiram anonimato para não sofrerem represálias, “estamos aqui porque não temos outra oportunidade, o chinês aqui trata-nos abaixo de um cão morto, temos um salário de 35 a 45 mil Kwanzas mês.
Tudo aqui é péssimo, desde o dormitório a alimentação, aliás nós não nos alimentamos comemos mal, dormimos mal, a água que consumimos é imprópria (dos tanques) onde tiramos a água para fazer os blocos, trabalhamos sem equipamento, disse.
O Domingos Capitia “Farai” para os colegas, é a terceira morte que sai aqui, ele praticamente já saio daqui morto, nós vimos o estado dele ao sair daqui, muitos já comentavam que não iria durar mais uma semana para morrer, e dito certo, o chinês não esta nem aí.
Ele nos ofende, é malandro e confia muito no General que lhe assegura.
Pedimos às autoridades angolanas, sobretudo a Inspeção Geral do Trabalho (IGT), que vêm ao nosso socorro, nós também somos angolanos, “os sem vozes”, as visitas de trabalho que têm vindo aqui fazer, são faz de conta nada, porque as coisas continuam na mesma.
KZ 200 mil e nada mais
Elias Capitia irmão do malogrado, sinceramente, a empresa Jain Peng deixou-nos muito a desejar, um trabalhador que serviu a empresa por 14 anos, foi daí que contraiu a doença, depois de morto, ainda têm o descaramento de rejeitar a ajuda de custo, foi muito difícil convencerem-se em prestar ajuda para se fazer o funeral daquele que foi o seu trabalhador com responsabilidades acrescidas (gerente), deram 200 mil Kwanzas com muita intervenção.
Deixaram claro que não vão pagar os seis meses que a viúva tem direito, o chinês é muito arrogante.
No direito do contraditório, depois de observar a nossa identificação o chinês, deu-nos de costas viradas três passos depois disse: “aguardem vou chamar o General ou a Polícia para vos atender e retirou.