Provavelmente estejamos a assistir de soslaio a queda livre do actual lider do “Galo Negro” para o abismo político.
Quer queiramos, quer não, a verdade é que ACJ vem perdendo de forma acentuada a sua popularidade e aceitação política (dentro e fora do galinheiro), por causa das incompatibilidades políticas endógenas e exógenas, provavelmente pelas seguintes razões:
1.
Por ter desestruturado a matriz política patriarcal da UNITA (plasmado no projecto do Muangai);
2.
Por ter feito alianças políticas estratégicas com eternos “rivais” da UNITA (aqueles que estão rotulados como sendo os maiores rostos da corrupção em Angola);
Por não ter cumprido com os objectivos definidos e, por não alcançar as metas preconizadas pelos seus (dentro e fora de Angola), prestou um mau serviço de vassalagem política;
4.
Por ter se juntado aos seus ex-corriligionários políticos (traidores e detratores do líder-fundador da UNITA), bem como aos supostos activistas políticos (estranhos à organização), preterindo militantes vanguardistas da UNITA;
5.
Por ter acentuado e definido as alas de interesses politicos, económicos e étnicos no seio da UNITA, bem como por suposta gestão danosa dos fundos desta organização.
6.
Pela manifesta alienação, perseguição e afastamento político dos seus correligionários (fiéis discípulos do líder-fundador da UNITA);
7.
Por ser exarcebadamente populista, demagogo e sensacionalista;
8.
Por ter perdido as eleições gerais de 24 de Agosto de 2022, mesmo com as alianças contrárias aos princípios basilares do ‘Muangai”, ferindo a honra, o orgulho e a memória colectiva da UNITA.
Agora com sua popularidade e aceitação política (dentro e fora da UNITA) em baixa altitude e, temendo pela sua substituição na liderança do galinheiro (no próximo conclave do Galo Negro), eis que o “Galo Branco” decide afastar todos putativos substitutos (Adriano Sapiñala já foi sacrificado), provavelmente Liberty Chiyaka e mesmo o seu “sobrinho” Nelito Ekuikui, serão os próximos a serem sacrificados, antes do conclave que antecede as eleiçõesgeraisde 2027!
É mais provável que além da ascendente popularidade e aceitação política de Adriano Sapiñala, seu posicionamento e discurso até certo ponto moderado (embora seja militar de carreira), contrasta com o radicalismo de ACJ (um civil com galões de. “Brigadeiro”na reforma”), por força das circunstâncias político-militares do pós-guerra.
Já ficou provado que o radicalismo político não é a solução para a tão propalada alternância política em Angola. A alternância política só será possível dentro de um quadro democrático harmonioso, de convivência pacífica, de tolerância política e com espírito de irmandade.
Por: Carlos Joaquim (Doutorando em Ciências Sociais na Especialidade de Ciência Política; Mestre em Ciência Política e Administração Pública e Docente universitário)
28/02/2024