O Presidente da República, João Lourenço, nomeou Arlindo das Chagas Rangel como o novo Presidente do Conselho de Administração da Agência de Investimento Privado e Promoção das Exportações – AIPEX, na manhã de segunda-feira.
Arlindo Ngueva, no entanto, é uma figura controversa que há muito tempo deveria responder perante a justiça. É protegido pelos “cabecilhas” da máfia que desgraçou o país e o deixou na miséria, com destaque para José de Lima Massano, governador do Banco Nacional de Angola (BNA), e continua a deixar um rastro de irregularidades por onde passa.
Ngueva começou sua carreira bancária no falido Banco Espírito Santo Angola (BESA) e posteriormente no Banco de Poupança e Crédito (BPC), onde chegou a ocupar o cargo de diretor do Tesouro e Mercado. No entanto, suas ações levaram à perda da confiança do então Presidente do Conselho de Administração do BPC, Paixão Júnior, e ele foi afastado do banco público.
O Maka Mavulo News sabe por meio da influência do general Leopoldino Fragoso do Nascimento, conhecido como “Dino” e ex-consultor da Casa de Segurança da Presidência da República na época do ex-Presidente José Eduardo dos Santos, Ngueva retornou ao BESA como membro do Conselho de Administração. O BESA acabou falindo devido a apropriação e pilhagem realizadas pelos chamados “Irmãos Metralha”, que incluíam Manuel Vicente, ex-vice-Presidente da República e ex-PCA da Sonangol, e o ex-chefe da Casa de Segurança, general Kopelipa.
Ngueva participou da criação do Banco Económico após a falência do BESA e posteriormente foi convidado para ser o Presidente da Comissão Executiva do Banco Keve.
Durante sua gestão no Banco Keve, uma auditoria independente da Deloitte às contas de 2016 revelou insuficiências nas provisões criadas para prevenir o risco de perda de crédito concedido nos anos de 2015 e 2016.
A Deloitte levantou dúvidas sobre a capacidade das provisões e denunciou violações das regulamentações do BNA pelo banco.Apesar das irregularidades, Ngueva foi protegido pelos “Irmãos Metralha” e por interesses ocultos, inclusive pelo antigo governador do BNA, José de Lima Massano.
Ele foi nomeado para o Conselho de Administração do Banco Económico, onde ocupa o cargo de administrador executivo. Ngueva tem defendido os interesses dos “Irmãos Metralha”, encobrindo suas falcatruas financeiras, bem como as de Manuel Vicente e Kopelipa.
Empresas como a Geni e a Lektron Capital se beneficiaram de financiamentos estatais, por meio da Sonangol, para adquirir participações sociais no Banco Económico.O Banco Económico tem sido constantemente acusado de descumprir as normas estabelecidas pelo Banco Nacional de Angola (BNA).
No entanto, o banco tem sido protegido pela própria entidade reguladora, o BNA, devido ao envolvimento de José Massano, que foi acusado de “proteger” o banco e ser cúmplice do desvio de mais de 2,5 bilhões de dólares ocorrido entre junho e dezembro de 2017.
Diante desses escândalos, surge a pergunta: até quando as autoridades permitirão a impunidade dos responsáveis por crimes de lesa-pátria, como Arlindo Ngueva, Manuel Vicente, Kopelipa e outros envolvidos no setor bancário? É evidente que Ngueva e seus mentores deveriam enfrentar a justiça e ser responsabilizados por seus atos.
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